Após oito anos de governo, o que resta absolutamente comprovado através do Presidente Lula, é que o maior inimigo das transformações políticas, sociais e culturais é o nosso próprio preconceito.
O Brasil não teria avançado tanto se, em 2002, nós tivéssemos agido como a atriz Regina Duarte, por exemplo. Tomada de medo e preconceito (o que em alguns casos perpassa o ódio), ela rejeitou Lula em TV aberta e teve o apoio de um número significativo de pessoas. Medo do que ele é? Do que ele representa aos privilegiados? Do que ele poderia fazer com o poder?
Quem, sentado em casa, poderia imaginar um homem de origem tão simples, ex-metalúrgico, gerindo uma nação tão rica e poderosa como o Brasil? Hoje, falar em origem simples chega a ser clichê, mas antes de Lula isso era pouco provável, tanto quanto rejeitável.
Refletir sobre o Presidente Lula e sua trajetória nos últimos oito anos é pensar, também, em como agimos diante do que nos é ‘diferente’. Os atos de preconceito nada mais são do que rejeição ao desconhecido. Uma assinatura da nossa ignorância.
Então, o nosso Presidente Lula precisou fazer um governo histórico e excelente para provar à população que sua origem e sua fala ‘incorreta’ não representam propriamente a sua vontade política ou a sua capacidade de transformação. O ex-metalúrgico, tradicionalmente ridicularizado pela mídia e pelas classes abastadas, deixa o governo daqui a dois dias como o Presidente mais bem aprovado do mundo. Sim, do mundo.
Lidou e lidará até o dia 31 de dezembro de 2010 com velhos ranços que o estigmatizaram como bêbado e burro. Não poderia ser uma unanimidade. Mas, para mim, sai do governo como a prova inequívoca de que os juízos de valor são frágeis demais para serem tomados como definitivos.
Os preconceitos contra o Presidente foram sociais e/ou culturais. Mas quantas outras pessoas não conseguem sequer conquistar espaços (ou conseguem a duras marteladas) por conta de preconceitos raciais, sexuais e religiosos, por exemplo? Lula, até o último dia de governo nos ensina, da forma mais digna possível, o quando podemos ser diferentes e – mesmo assim – caminhar juntos. Mostra-nos, através de seus atos, que pobres, incultos e burros, são aqueles que não conseguem enxergar nada além do pré-estabelecido. Vai fazer muita falta.
Ahhhhhhhh, certo que vou chorar na despedida do Lula. Hehehehehe
ResponderExcluirBjos
Pois é, o operário nordestino bêbado e burro fez o que fez com o país (e teve o reconhecimento popular, tá aí o índice de aprovação), fez o que fez no resto do mundo (e teve o reconhecimento internacional). Agora imagina se ele tivesse tido o apoio das elites e da grande mídia? Bem, mas aí não seria o Lula, a nossa história não estaria escrita desse jeito e o teu comentário seria descabido. Bj Zé
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