domingo, 13 de março de 2011

CHAMA O SÍNDICO!



Quando entrei para o Facebook, em 2005, a moda geral aqui no Brasil era o Orkut, com suas comunidades e scraps. Eu estava lá no Orkut também e, no Facebook tinha amigos de outros países, pouquíssimos daqui. É que em Nova Iorque, por exemplo, o Orkut não era conhecido e aqui perto mesmo, em Buenos Aires ou em Montevidéu, ninguém sabia o que era.

Muito já se falou em vantagens e desvantagens das redes sociais. Tal como ocorre com o Big Brother Brasil, por exemplo, muitos enchem a boca para criticar e/ou menosprezar, tentando através disso mostrar que seu nível cultural não comporta trivialidades dessa natureza. Claro, não há dúvida de que existe um exagero coletivo, uma transformação de determinados modos de agir e de valores por conta das redes sociais, que fizeram emergir quem, em carne e osso, não ‘sabia’ interagir.

Como em um baile de máscaras, o Facebook ‘protege’ alguns. Dá a determinadas criaturas a ilusão de que podem, de repente, usar de uma intimidade que não lhes foi concedida. Entendo que mesmo o Facebook sendo um espaço virtual, a minha liberdade vai terminar onde começa a de outrem. Sem ranços ou clichês. Acho que todas as liberdades ali, como na vida concreta, têm de ser respeitadas – mas – também, como na vida real, o traçado do bom-senso e o respeito aos princípios fundamentais não deve ser ofuscado pela sensação ilusória e covarde de estar ‘escondido’ atrás de um computador.


Assim foi responsabilizada – e muito bem responsabilizada – uma jovem que ofendeu o povo nordestino na campanha da Presidenta Dilma através do Twitter, por exemplo. A Internet não é e não deve ser uma ‘terra de ninguém’. Haverá um tempo em que RG será menos importante que ID?

Quem está nas redes sociais está sujeito à exposição, mas isso não é sinônimo de ser conivente com o fato de pessoas tomarem liberdades indevidas, ofenderem, ridicularizarem ou agredirem outras pessoas. Quando se fala em trazer o Direito para a Internet, pensa-se logo em sansões, penas, regras, prejuízos, multas ou, ainda, em tolhimento da liberdade de expressão. Bem, o Direito pode até ter nuances que comportam isso tudo, mas também – e isso é o mais importante – vem para assegurar, para compor, para proteger, para evitar abusos que firam a integridade dos indivíduos e muito mais.

Enfim, na verdade o que ocorre é que sou tremendamente favorável a legislações que regulamentem determinadas condutas no ciberespaço. É muito importante que o Direito olhe pela dignidade da pessoa humana e lhe dê segurança, mesmo nestes espaços virtuais. Temo que a violência velada e mascarada de alguns cidadãos através da Internet (das redes sociais) seja banalizada ou menosprezada.

O Facebook é um grande condomínio, onde todos nos tornamos vizinhos: precisamos logo chamar um síndico!


2 comentários:

  1. Em uma postagem que fala, justamente, sobre pessoas que se escondem atrás da Internet para "dizer" o que pensam, é lamentável que você não se identifique, né?

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