sexta-feira, 26 de março de 2010

ENTRE PINK FLOYD E ANAÏS NIN

Quando pensei em criar este BLOG, logo me veio à mente a ideia de originalidade. Como ser original em um mundo tão cheio de unanimidades? Pensar diferente ou querer pensar diferente, já não é mais original. O acesso a tudo, a todo tempo, com as facilidades da atualidade, nos tornou bastante iguais e acanhou nossa capacidade crítica. Nós somos seres capazes de receber informações e nem nos damos conta de que as que repassamos, são ideias prontas, enlatadas. Estamos reféns de uma mídia cada vez mais empobrecida e de jornalistas cada vez menos jornalistas.


Por quais transformações deve ter passado nossa mente? O cérebro, como qualquer órgão – creio eu – deve ter suas partes atrofiadas devido ao desuso. Quais partes em nós estão inúteis?

Mesmo assim, reconheço-me como do meu tempo. Não sou alguém que gostaria de estar em outra época. Aliás, por isso resolvi criar um BLOG, depois de anos relutando. Gosto das facilidades do mundo contemporâneo ao mesmo passo que detesto o que nos tornamos graças a elas. É como não precisar mais levantar para trocar os canais da televisão ou manivelar o vidro do carro: quanto menor o movimento, mais fáceis as questões da vida.

A dificuldade que encontrei para escolher um nome possível para este BLOG representa o quanto a originalidade é ilusória. Pensei em O CÉU DO INFERNO devido a uma música do Pink Floyd chamada Wish You Were Here que eu estava ouvindo no exato instante em que escolhia um nome para cá. Na música, em um dos trechos, está: “So you think you can tell heaven from hell?”. Mesmo que o sentido possa ser completamente outro do que o que eu dei, pois na música se fala em paraíso (céu) do inferno, como uma distinção a ser feita e aqui eu falo em céu do inferno como um pertencendo ao outro, mesmo assim achei interessante a possível analogia e até bonita a reflexão. Por que fazer sentido?



Todavia, já existia um BLOG com esse nome e, então, tentei em inglês, já existia também. Fui tentando as coisas mais bizarras possíveis e tudo já estava “ocupado”. Ou seja, o mundo está ocupado para o pensamento comum e eu não quero e nem sei pensar diferente do comum. Da mesma forma que não quero levantar nunca mais do sofá para precisar trocar os canais da TV.

Mas, por fim, eu consegui encostar-me na velha Anaïs Nin para criar o necessário “nome” para o BLOG, ela diz: “Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos.”. Então, tudo isso virou esta loucura que nasce hoje: http://ascoisascomosomos.blogspot.com/, cujo nome é O CÉU DO INFERNO, original, não? Vai entender!

4 comentários:

  1. Mais um blogueiro. Gostei do nome as coisas como somos, mas é sempre difícil encontrar um nome. Esse é original. O visual tb achei legal.
    ab
    Gui
    http://eremitasdodiluvio.zip.net

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  2. Que a deusa Atenas siga iluminando tua mente.

    Quando fiz meu blog,percebi que havia uma lacuna entre quem, intimamente, sou e quem explícitamente quero ser. O limiar é tênue.

    Brincar com as palavras oportuniza a reflexão...mesmo que seja para entender que não entendemos nada.

    Somos muito mais que um acúmulo de letras, somos seres que seguem refletindo...

    Adorei o nome do BLog (incrível como, intencionalmente ou não, associa ao SOMOS)

    beijosssssss

    P.S.: Já disse que te amo hj?

    Fabi

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  3. A D O R E I !
    Anaïs Nin sempre é uma boa pedida. Um brinde!

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  4. falar em originalidade no contexto em que vivemos é mesmo difícil... mas os nomes escolhidos só confirmam a tua inteligência, sensibilidade e bom gosto. e, para aqueles que não conhecem o autor do blog, os nomes são uma dica e tanto para antecipar o que vão encontrar por aqui! sorte a nossa!

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