sábado, 21 de agosto de 2010

O QUE FAZER COM O CONHECIMENTO?


Ando meio sem tempo. Já postei sobre isso e nem pude escrever. Às vezes tenho a sensação de que 24h não serão suficientes nem mesmo para eu sentir um pouco de preguiça. Não estou reclamando. Este ano tem sido maravilhoso e, talvez justamente por isso, muita coisa tem acontecido com o meu tempo. Agora mesmo estou envolvido com um artigo que me meti a escrever: estou fazendo um paralelo entre a Genealogia da Moral, uma polêmica (de Nietzsche), a vida de Oscar Wilde e o Direito Penal brasileiro.

Quero evocar a crise contemporânea do Direito Material Penal através da filosofia e da história. Desejo falar da ética, da moral e do Direito, bem como sua pluralidade de conceitos. Para isso tenho contado com a ajuda de pessoas sensacionais e a compreensão dos meus poucos amigos.

Minha ideia em produzir algo assim vem ao encontro do desejo que tenho de fazer alguma coisa com o meu conhecimento. Tentar, através dele, passar algo que sirva socialmente para uma reflexão minimamente elaborada. Mas, claro, isso toma tempo, energia, mas no fim é bacana! Além do mais, mergulhar na vida de Wilde e derramar-se de Nietzsche pode até ser áspero às vezes, mas é extremamente interessante e enriquecedor. Deparar-se com a nossa realidade penal, problematizá-la, compreendendo falhas ou reconhecendo aspectos positivos é bastante empolgante. Falar sobre o Direito Penal é, também, falar sobre uma filosofia do castigo.

Que bom que meu trabalho possibilita isso e permite que, de alguma forma, eu busque provocar a sociedade para que a mesma se movimente. A Faculdade de Direito da Fundação do Ministério Público através de um corpo docente impressionante me deu, também, muito estímulo para trabalhar com esse viés humanista do Direito. A Dra. Betânia Moraes Alfonsin, o Dr. Anízio Pires Gavião Filho, o Dr. Plauto Faraco de Azevedo, o Dr. Eduardo Carrion, o Dr. Mauro Fonseca Andrade e o Dr. Fábio Sbardellotto são alguns exemplos de pessoas com as quais eu tenho o privilégio de conviver e que me fazem querer ser melhor e buscar o meu melhor.


Foi uma postagem longa, né? Os “manuais” de boas postagens mandam escrever o mínimo possível. Um BLOG para escrever o mínimo possível? Para isso já há o Twitter. Eis a sociedade pós-moderna, como diria Boaventura de Sousa Santos, em que o menos tornou-se mais e onde reverencia-se cada vez mais a alienação, a estupidez e o descartável.

Encerro anunciando que em Porto Alegre o tempo está impecável. Setembro aproxima-se. O céu está limpo, a temperatura sensacional e a lua enchendo.

Fernando Pessoa:

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Ricardo Reis, 14-02-1933.

Os quadros que compõem essa postagem são do Picasso.

3 comentários:

  1. Eu prometi ler e comentar. Mas, tem posts que não tem mais nada para ser dito.

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  2. Qdo eu crescer quero ser quenem tu!!!

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  3. tô estudando sacrifício e castigo aqui. claro, olhar da psicanálise.é um tema que me convoca também.
    legal!
    adriano

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