terça-feira, 6 de abril de 2010

UMA NAVALHADA NA CARNE


Ausência

Estas coisas que não existem
Que não me cercam
É da ausência das coisas
Da falta que faz
O que não tive
Acabo respondendo
Ao que não me perguntam
Neste entardecer de outono
Em que a chuva cai
Quem sabe lavando a alma
E tiro os óculos que não tenho
Acendo as velas que não vejo
É da ausência
Que beijo a boca de quem amo
No silêncio sem sentido
Desta peça escura
E vazia

A foto é do impressionante Henri Cartier-Bresson e o poeminha é meu, datado de 13 de junho de 2003.

3 comentários:

  1. "A ausência é um estar em mim."
    (Drummond)

    Abraços,

    Eduardo

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  2. adoro os teus poeminhas, fico feliz que vistes para o mundo dos blogueiros!

    um beijão

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  3. queriducho, tu tens que postar mais poemas teus aqui!

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