sexta-feira, 25 de junho de 2010

A QUALIDADE DAS INFORMAÇÕES


Esta história toda com o técnico da Seleção só confirma o quanto, cada vez mais, nós temos que ter um olhar preparado e crítico frente às informações que recebemos da mídia. Não creio que o tema em si seja algo relevante, ao contrário, acho uma bobagem tremenda as rusgas do Dunga com a Rede Globo. Mas percebi, nitidamente, o quanto a Globo tentou ‘derrubar’ o técnico apontando uma visão bastante tendenciosa da situação. A Rede Globo colocou seu repórter como um indivíduo ingênuo ao telefone, vítima de palavras de baixo calão vindas de um homem descontrolado.

Depois, nos chegou a versão de que a Rede Globo estava hostilizado o Dunga por ele não ter permitido uma entrevista exclusiva de alguns jogadores para um de seus jornalistas. Tudo, como eu disse, é bobagem. Mas faz com que reflitamos sobre a mídia e seus papéis.


Quando, nesse caso, ouvi a Globo posicionar-se de forma tão agressiva com relação ao Dunga, resolvi dar uma olhada na Folha de São Paulo para entender um pouco o que se passava. Lá na Folha, nem sequer uma linha falava sobre uma possível punição da FIFA, dizia tão somente que o técnico havia se irritado com um jornalista de forma descabida. Ainda fazia um retrospecto de outros técnicos que também deram seus "shows" em entrevistas coletivas, dentre eles o clássico Maradona.

O que eu quero dizer com isso? Bem, é que estamos em época de eleições. Quanto do que nos chega, nos chega de forma neutra? O quanto a Rede Globo e as demais mídias respeitam o nosso direito ao acesso às informações públicas de forma neutra e imparcial? É uma pena que isso pouco exista. Talvez dê para ler ainda o Le Monde Diplomatique, para abastecer-se de um conteúdo menos descaradamente parcial e rendido aos valores da globalização.


Não quero isolar-me, deixar de acessar às mídias e veículos de comunicação. Quero sim é ter sempre essa visão crítica, esse olhar inconformado e questionador sobre o que me é passado. Dedico minha inquietude ao Dr. Plauto Faraco de Azevedo, grande humanista e meu inesquecível mestre, com o qual tive o privilégio de dividir algumas discussões e compartilhar uma visão positiva sobre futuro da humanidade, talvez por que seja ‘tarde demais para sermos pessimistas’.

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