“(...) E se a gente simplesmente reconhecesse que nosso re- lacionamento é ruim, e mesmo assim ficasse junto? Se admitisse que a gente enlouquece um ao outro, que está sempre brigando e quase nunca transa, mas não consegue viver um sem o outro, por isso aguenta tudo? Daí a gente poderia passar a vida inteira junto... infelizes, mas felizes por não estarmos separados. (...)”
Elizabeth Gilbert (Eat, Pray, Love – 2006).
'Como podemos ser infelizes e, mesmo assim, querer estar junto?' Perguntou-me uma amiga tão querida quanto provocadora e birrenta, e responder essa questão talvez seja tão difícil quanto ser infeliz e querer estar junto.
Nós somos um acúmulo: carnes, ossos, nervos, cartilagem, cutícula, córtex, medula, sabe? E isso é só a parte bacana da gente. Porque daí entra aquele papo da Chapeuzinho Vermelho: para que servem seus olhos vovozinha? Para que serve sua boca vovozinha? Para que serve seu pulmão, seu cérebro e suas unhas vovozinha? Puta: que guria de merda.
Nós somos um acúmulo: carnes, ossos, nervos, cartilagem, cutícula, córtex, medula, sabe? E isso é só a parte bacana da gente. Porque daí entra aquele papo da Chapeuzinho Vermelho: para que servem seus olhos vovozinha? Para que serve sua boca vovozinha? Para que serve seu pulmão, seu cérebro e suas unhas vovozinha? Puta: que guria de merda.
Acho que o estar junto infeliz, está relacionado a uma determinada falta de coragem. Nós não sabemos lidar muito bem com a solidão, mesmo que não saibamos direito o que ela é ou o que representa concretamente na vida da gente. Nós fugimos da solidão como um cristão do capeta, do demo, do coisa ruim. A gente foge do que nosso imaginário construiu ou, em alguns casos, do que nos foi implantado pelo imaginário coletivo. A gente foge da gente mesmo.
Que bobagem. Eu aqui querendo responder uma questão que... sei lá. Há uns dias atrás reencontrei um poema lindo do Pablo Neruda:
Ya no se encantarán mis ojos en tus ojos,
ya no se endulzará junto a ti mi dolor.
Pero hacia donde vaya llevaré tu mirada
y hacia donde camines llevarás mi dolor.
Fui tuyo, fuiste mía ¿Qué más? Juntos hicimos
un recodo en la ruta donde el amor pasa.
Fui tuyo, fuiste mía. Tú serás del que te ame,
del que corte en tu huerto lo que he sembrado yo.
Yo me voy. Estoy triste; pero siempre estoy triste.
Vengo desde tus brazos. No sé hacia dónde voy.
Desde tu corazón me dice adiós un niño.
Y yo le digo adiós.
Então... “Yo me voy. Estoy triste; pero siempre estoy triste.” Não é lindo isso?
A pergunta lá de cima nos permite inúmeras respostas. Cada um de nós, talvez, tenha a sua própria resposta. Jamais tentaria aqui igualar-me à cátedra de tolos que tenta reduzir questões humanas a isto ou aquilo, a x ou a y. Minha ideia é desaguar, provocar, dividir e certamente foi a mesma intenção da Lisi, quando me perguntou. Então, lembrei de Foucault: A psicologia nunca poderá dizer a verdade sobre a loucura, pois é a loucura que detém a verdade da psicologia.
Vc saiu 2hs antes da faculdade para fazer um trabalho que nao é adequado adjetivar neste momento assim, publicamente e fica aí, escrevendo "textinhos"????!!!! Hein? Como é que é isso??!!! Me explica!!!!
ResponderExcluirRs rs...
Sim!!! Eu sai junto contigo e to aqui me deliciando com a leitura. Adorooooooooo!!!
Tu é muito bom mesmo, em tudo!!!
OBRIGADA POR EXISTIR
Lindo, Rodrigo!
ResponderExcluirMas pra mim o mais triste de tudo é o medo da solidão! Pq tanto medo? Qual o grande problema em ser/estar só? (sem fazer disso uma coisa dramática, depressiva). Apenas poder ser/estar feliz consigo mesmo!
A camadona tá se dedicando tanto que tá aqui, lendo o blog hahahahahaha..
ResponderExcluire, eu tbm haha
beijão
adorei, como sempre!
Amanda
lindo... lindo... muito lindo.......
ResponderExcluirEstive aqui, e... ADOREI! Eis nossos conflitos... Abração!
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