Quando começaram as campanhas políticas, tomei para mim que não perderia tempo comentando nada sobre a hipocrisia que envolve a busca pelo Poder Executivo e Legislativo. São criaturas mascaradas de bons políticos, fazendo-se passar por opções possíveis para nosso exercício democrático.
Muitos não passam de velhos dinossauros políticos renovados pelo botox. Outros vendem a ideia do novo, mas não negam o ranço do velho. Poderia citar, inclusive, alguns bons exemplos dessa laia de gente, que regozija com o dinheiro público, escarafunchando o Estado Democrático de Direito, rasgando a Constituição Federal e escarrando na face da Justiça.
Mas quem ganha a queda de braço entre a hipocrisia e a mediocridade? Ainda acho que um hipócrita com conteúdo vale um pouquinho mais do que um medíocre burro. Pois a hipocrisia requer um mínimo de elaboração intelectual, que a mediocridade é incapaz de alcançar. Será?
Ontem, lendo o jornal O Globo, deparei-me com a seguinte reflexão: "O que é que faz o deputado federal? Na realidade, eu não sei. Vote em mim que depois eu te conto. Vote no Tiririca, pior do que está não fica". Até aí tudo bem. Tem gente que acha graça do Tiririca (foto acima). Continuei lendo a matéria e, pasmem: “(...) De acordo com a assessoria do Ibope, uma pesquisa do instituto mostra que o intérprete da música "Florentina" aparece em primeiro lugar na preferência do eleitorado paulista entre todos os candidatos que brigam por uma vaga na Câmara dos Deputados.(...)”.
Então eu pergunto: para que serve a democracia? Que o Tiririca não saiba o que faz um deputado federal é até compreensível, questões sócio-econômicas muitas vezes são pretextos para alienação. Mas daí até esse cidadão ser eleito como o deputado mais bem votado pelo maior colégio eleitoral brasileiro: não consigo entender. Juro. Com muito esforço até entendo que o Rio Grande do Sul eleja a boçal Ana Amélia Lemos (foto abaixo) como Senadora. Mas a eleição do Tiririca para a Câmara dos Deputados me faz refletir sobre a democracia: quem são estes eleitores? Que tipo de cidadãos são esses? Está aí o voto BRANCO ou o voto NULO, à disposição de qualquer um. Quer protestar? Vote em branco, anule seu voto, indigne-se, volte a pintar a cara ou faça algo construtivo para o país. Eleger um humorista do nível do Tiririca é desconhecer completamente, assim como o próprio, a função e os gastos que gera para o Estado um único deputado federal.
Que tipo de Leis pensará o Tiririca? Se ele quer ajudar a família dele, como confessou à imprensa, que o faça com o dinheiro da Rede Record, sua empregadora até pouco tempo atrás, não com o nosso! O maior colégio eleitoral brasileiro está prestes a eleger Tiririca deputado federal. É outro tipo de palhaço que pagaremos com nossos impostos. Quem vai rir?
Continue, continue a escrever. Tenho acompanhado sempre teus escritos e gosto bastante deles. Inclusive este blog já consta nos meus favoritos. Sobre os candidatos... Ninguém merece, ou pior, merecemos.
ResponderExcluirAbs
Magda
Mas que ele é a cara do Congresso, isso ele é. Ab. Gui.
ResponderExcluirseja bem-vindo sempre no meu blog. abs.
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